O produtor Nivaldo Michetti, vai além do cumprimento das rotinas de trabalho na propriedade. Ele procura motivar os produtores rurais em suas palestras e em conversas com amigos, e é enfático: “Melhorei de vida produzindo leite”. É exatamente isso que Nivaldo quer que aconteça com as pessoas que vivem no campo.
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Mas o sucesso no campo requer especialização e planejamento. Por essa razão, ele afirma: “A atividade leiteira não é para amadores. Os produtores que persistem, investem e batalham, obtêm sucesso, pois o leite é um dos alimentos fundamentais para se viver e tem mercado assegurado. Também é preciso ter compromisso com a qualidade e se empenhar em baixar o custo de produção.”
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A receita do Sucesso.
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Em 1990, quando iniciou na atividade leiteira, sua ordenha era manual e ele realizava todo o trabalho sozinho: cortar o pasto, picar e servir aos animais. Com o tempo e com o acompanhamento de um técnico, em 1997, sua vida no campo mudou, e seus processos são viáveis para produtores de norte a sul do Brasil.
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“Cerca de 70% a 80% dos problemas da produção de leite têm origem na alimentação dos animais ou na falta dela”, diz Nivaldo. Veja o que ele fez.
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Práticas Abolicionistas
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Tudo começou a mudar quando Nivaldo partiu para a adoção do que chama de práticas abolicionistas. Entre o que chama de práticas abolicionistas incluem: em primeiro lugar, o pastejo rotacionado em capim elefante, pioneiro e capim mombaça no período das chuvas (primavera/verão). O pastejo rotacionado concentra os animais numa menor área facilitando seu manejo e observação, ao mesmo tempo que melhora a qualidade do solo com adubação natural. Em segundo, na época da seca (outono/inverno) a mistura de cana-de-açucar com uréia, um volumoso barato e eficiente. A terceira prática abolicionista é o chamado cocho-trenó, desenvolvido pela Embrapa para tratar os animais nos piquetes. Utilizado para suplementação dos animais, o cocho vai sendo mudado de lugar dentro dos piquetes, para que os animais não destruam a pastagem em torno dele, ao mesmo tempo em que defecam e urinam, fertilizando o solo.
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A Vaca “Hi-Tech”
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Outra técnica fundamental para o sucesso na atividade, lembra Nivaldo, é a inseminação artificial para o melhoramento genético do rebanho. O fruto dessa genética resultou no que ele chama de vaca “Hi-tech”, oriunda do cruzamento entre as raças Jersey e Holandês. “O cruzamento entre essas raças é um grande casamento, pois da maior rusticidade e porte mediano, o que torna os animais mais versáteis no campo, além de elevar o teor de sólidos no leite produzido. O animal originário desse cruzamento denominamos de Vaca Hi-tech, por transformar capim e cana em lucro”, conclui Nivaldo.
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