No dia 4 de janeiro, Santana foi agraciada com a visita dos foliões de reis. Convidado pelo Padre Hédio, o tradicional grupo de foliões do Bairro Sape de Tomazina, que a mais de 50 anos promove os festejos de reis pelo norte pioneiro, visitaram pelo terceiro consecutivo casas de moradores, estabelecimentos comerciais e a prefeitura de Santana do Itararé.
Origens
Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três “Reis Magos”, denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII(8). A tradição da “Folia de Reis” chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização por volta do ano 1534.
O “Terno” de Reis ou “Folia” de Reis
No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.
Os instrumentos utilizados normalmente são a viola caipira, o acordeom ou sanfona, a gaita, o reco-reco e a flauta. Liderados pelo Capitão da Folia, seguem reverenciando a bandeira, carregada pelo bandeireiro. A bandeira carrega o símbolo da folia. Decorada com figuras que levam ao menino Jesus, feita geralmente de tecido, é enfeitada com fitas e flores de plástico, tecido ou papel, sempre costuradas ou presas com alfinete, nunca amarradas com nós cegos, para segundo a crença não “amarrar” os foliões ou atrapalhar a caminhada.
Ao chegar às casas que os recebem, a primeira a entrar é a bandeira, que fica hasteada e todos então cantam a canção de chegada. Em seguida acontecem as paradas onde são dadas as ofertas, oferecidos pelos donos das casas e que são agradecidos pelos foliões com modas de viola e danças como o cateretê e catira.
Ao sair os foliões então cantam a canção de despedida e agradecem os donativos e partem para outra casa que os receberão.
O Bastião ou palhaço, que usa roupas coloridas, máscara e carrega uma espada e é o responsável por abrir passagem para a Folia, também recita poesias e cita passagens da Bíblia. Os demais participantes se dividem de forma que cada um cante de uma maneira no coro de vozes e isso traz um som muito agradável.
O mestre, sempre inicia os cânticos, é a posição mais importante do grupo, pois ele é o responsável pelo andamento dos cantos, da colocação das vozes, é uma espécie de maestro, além de ser o que conhece a origem do grupo, o fundamento e a história da trajetória.
Com versos improvisados de agradecimento pela acolhida, os demais, cada qual na sua voz e vez, repetem os versos acompanhados pelos seus instrumentos. Estes instrumentos são sempre enfeitados com fitas coloridas, cada cor representa um simbolismo, rosa, amarela e azul, podem representar Maria, a branca o Espírito Santo.
Este folclore nacional, embora um pouco desconhecido das grandes cidades tem grande significância pelo interior do Brasil.
Fonte: Divulgação Prefeitura.